Este blog funcionará como um portfólio digital, apresentando registros reflexivos sobre a trajetória de aprendizagem experienciada por nós graduandas do Curso de Pedagogia Licenciatura da Universidade Federal do Rio Grande no contexto da disciplina de Mídias e Educação.
Enquanto dupla confessamos que chegamos com poucas expectativas perante a disciplina mas ao decorrer de nossos encontros fomos abrindo nosso leque de possibilidades de repensar as questões acerca das mídias na educação.
Discutindo sobre as relações da infância com o consumo fomos modificando nosso modo de pensar, pois no primeiro momento acreditávamos que seria possível corrigir e separar a relação de crianças e de consumidoras, mas o nosso papel enquanto educadoras é o de problematizar e não de tentar modificar essa sociedade que indiscutivelmente se construiu assim.
Chegando a adolescência tivemos discussões bastante interessantes em nossos encontros, e nos fez refletir que apesar das diversas mensagens "negativas" que a mídia de certa forma fornece como ditar padrões de se portar, de se vestir "mostrar" que somente o magro é aceitável e etc., ao mesmo tempo, pode ser um atrativo eficaz na hora de elaborarmos nossa propostas pedagógicas para que a sala de aula não se torne desinteressante e monótona. Portanto, após todas nossas discussões na turma, nós enquanto dupla, como futuras educadoras, vemos a partir de agora as mídias como aliadas em sala de aula e em todo o processo educacional. Rompemos com nossa primeira impressão perante as mídias que a principio nos pareciam somente negativas, mas agora já conseguimos enxergar os dois lados, pois esses artefatos culturais podem ser sim negativos, mas também podem ser de grande utilidade e apoio em sala de aula, só depende do olhar que damos para elas, assim como a intencionalidade das propostas pedagógicas que pretendemos aplicar.
Tivemos como proposta de trabalho, o seminário intitulado "Diálogos com Bauman: pensando a construção das adolescências na contemporaneidade", que tinha como objetivo, possibilitar reflexões sobra a construção das adolescências em correlação com as mídias e os processos de comunicação e interação que engendram novas formas de sociabilidade e aprendizagem entre jovens. Como instrumento de reflexões foram utilizados textos da obra de Zygmunt Bauman, "44 cartas do mundo liquido moderno", o texto que utilizaremos para reflexão neste momento é o intitulado "No rastro da geração Y". O texto descreve as três gerações: Baby boomers, geração X e a geração Y.
Traçando um paralelo entre as duas gerações a"X" e a "Y" com relação ao trabalho, que o texto destaca, observamos lados opostos, enquanto que na geração "X" o trabalho serve como fonte de satisfação pessoal e profissional além da sobrevivência econômica, a geração "Y" busca prazer e satisfação ligado a um excelente salário, mas isto não necessariamente está vinculado a um emprego, e sim a sua capacidade de realização, sem perder qualidade de vida, lazer, se beneficiando de período economicamente favorecido.
Nós autoras deste blog, docentes em formação, vindas da geração "X", temos que pensar em como trabalhar com esta geração em sala de aula, pois se trata de uma geração que nasceu em um mundo cercado pela tecnologia que se tornou imprescindível, bem como pela praticidade, pela facilidade, pelo acesso rápido e fácil a informação.
Devemos pensar em métodos de ensino adequados a estes alunos, sujeitos treinados para serem multi-tarefas, ou seja, conseguem estar em um local cercado de informações e mesmo assim se adaptar. E como fazer a sala de aula ser interessante? Acreditamos que essa pergunta não tenha uma resposta objetiva, mas ao problematizarmos a respeito deste tema já nos aponta um possível caminho.
Vídeo da "Série Gerações do Jornal da Globo" , apresentado no seminário realizado em sala de aula, para disciplina de mídias, com intuito de refletirmos sobre o texto - No rastro da geração "Y".
No momento em que nos foi apresentada a proposta de uma contra propaganda para a disciplina, logo
começamos a pensar em algo que nos parecesse familiar entre os jovens
atualmente, nos veio em mente os “fones de ouvido”, pois como vivemos em uma
sociedade invadida pelas novas tecnologias, como: MP3 player, iPod, iPhone, etc...eles se tornam acessórios cada vez mais utilizados pelos adolescentes. Mas o que não paramos para pensar é que eles podem causar danos irreversíveis a nossa saúde, por isso há uma série de estudos e pesquisas para analisar até que ponto estes acessórios ditos inofensivos podem prejudicar.
A grande preocupação dos cientistas fica a cargo daqueles adolescentes que fazem uso dos fones por um longo tempo diário dai a preocupação não exclusivamente com o uso dos fones de ouvido, mas no exagero com que se utiliza.
Elaboramos nossa proposta de contrapropaganda pensando em uma alternativa divertida para alertar sobre os riscos do uso do fone de ouvido no volume máximo. Oferecendo uma variedade de modelos, assim como de potencia e estilo, tentando atingir ao máximo de consumidores.
Como conclusão desta experiência refletimos a cerca dos produtos que a mídia nos incentiva a consumir que acabam por mascarar os malefícios causados pela utilização de determinados produtos ao mesmo tempo em que se utiliza de estratégias de endereçamento específicas a fim de atingir o maior número de consumidores.
A partir do documentário “Criança a alma do negócio” podemos
perceber claramente que na atualidade as crianças se tornam
consumidoras cada vez mais cedo, pois há uma publicidade específica
para o público infantil. Há
uma série de produtos específicos para esses indivíduos e contudo, as propagandas conseguem estimular o desejo por consumir de
uma forma bem objetiva, a tal ponto de a criança se sentir frustrada
se não tem seu desejo satisfeito.
Outra
questão interessante que o documentário nos mostra fala a respeito
de que a criança se torna o que oferecemos a ela, não é a toa que
hoje podemos até dizer que esses pequenos indivíduos são mini
adultos, pois a mídia oferece todo o aparato para isso, maquiagem,
roupas com características adultas, sapatos com saltos e etc. Mas o
que precisamos estar atentos é que quanto mais elas se preocupam em
consumir, menos elas brincam, menos elas
se divertem com atividades que deveriam ser do público infantil. E
como o educador irá receber essa criança na escola? Por que para
esses sujeitos a escola se torna desinteressante? Acreditamos
que o profissional docente deve se preparar para isso, estar atento
em problematizar questões que falam a respeito da realidade desses
indivíduos, trazendo para a escola o que a criança se interessa.
Investigar de forma séria a mídia e em até que ponto ela influencia
em seus alunos, e desta forma conseguir transformar o currículo que a muito
tempo é simplesmente a distribuição de disciplinas, para algo que
seja flexível, maleável e interdisciplinar, a partir daí, falar a
mesma “língua” das crianças do séc. XXI.
Percebemos que as
mídias, mas diríamos a TV mais especificamente, como uma produção cultural que
penetrou profundamente na vida das pessoas, a tal ponto de as informações
passadas por esses veículos se tornarem de certa forma verdades absolutas,
sentimentos verdadeiros, realidades concretas, etc. Portanto é inegável afirmar
que a TV opera sobre os seres humanos, produzindo formas de pensar, de ser, de
se tornar criança, adulto e idoso, nenhum público fica fora deste “círculo” que
dialoga e interpela ao mesmo tempo. Não há nada que
fique fora da TV, ela fala sobre política, entretenimento, esportes, cultura,
religião, a partir daí constatamos o quanto ela pode nos mostrar as formas como
devemos perceber determinado assunto e como devemos nos portar em determinada
situação. Os programas de culinárias mostram como as donas de casa devem ser, os
programas de esportes mostram como os torcedores devem ser, os programas de
saúde mostram como as pessoas devem adoecer e não seriam diferentes com
programas infantis, eles mostram como as crianças devem ser e como devem
interagir entre elas, o que vestir e o que devem consumir.Não pretendemos
analisar isso como bom ou ruim, simplesmente a TV opera assim e o nosso foco é
de usufruir deste artefato cultural em nosso ambiente escolar, pois se as
informações passadas pela TV estão presentes na vida das crianças, ela também
deve estar presente na vida escolar. Mas fazer um trabalho competente a partir
disso é indispensável, não basta somente se utilizar dela, mas sim se apropriar
de uma forma mais profunda. Queremos dizer que precisamos problematizar a respeito
da realidade da criança, mais precisamente unir o que a criança vê na TV com o
currículo.
É
inegável afirmar que atualmente vivemos em uma sociedade onde as mídias estão
cada vez mais presentes na vida dos indivíduos, mas o que pretendemos ressaltar
por intermédio deste blog, é que na área da educação as mídias tornam-se
indispensáveis e indissociáveis, por isso utilizaremos a disciplina de Mídias e
Educação para problematizarmos questões a cerca deste tema.
Acreditamos
que problematizar o que as crianças esperam da escola é um fator de extrema
importância para nós futuras educadoras, contudo as mídias de uma forma em
geral irão influenciar neste pensamento infantil, pois ensinam para esses
pequenos indivíduos formas de pensar, de agir, de se comunicar, etc...http://www.youtube.com/watch?v=5tD16yCn0KE Por isso é
papel do profissional docente estar atento a essa nova sociedade, que dialoga
diretamente com o público infantil, contudo como a escola pode se tornar
atraente para a criança se a mesma não
se apropria desses artefatos culturais para falar a “mesma língua que a
criança”?
A
criança em casa é invadida por uma gama de informações que a influenciam
constantemente em seu modo de agir e de pensar, enquanto a escola não se preocupar
em problematizar e trazer essas
informações para dentro do ambiente escolar, não teremos uma escola que atenda
as necessidades desses sujeitos.